Um ensaio que marca um século de políticas de habitação apoiada em Portugal, partindo das primeiras medidas tomadas pela Primeira República, passando pelo Estado Novo enquanto grande promotor de “casas económicas”, até às medidas indirectas de apoio a este direito fundamental, desde a Revolução.

Sociólogo e politólogo, Ascher analisa o que a cidade tem de mais contemporâneo. Problematiza novas questões e olha a cidade à luz de novos conceitos como “metapolis” (ao qual dedica outro livro) e hipermodernidade. Acima de tudo, Ascher compreende o espaço urbano como uma expressão terrena de um sentimento abstracto: uma nova forma de estar em sociedade.

O fio condutor do livro é a cidade enquanto construção humana, volátil e dinâmica. Assim, Benévolo combate a confortável perceção do espaço urbano como um objeto imutável, inerte, considerando até mesmo a sua extinção. Trata-se de um estímulo para pensarmos a cidade e não a tomarmos como garantida.

Neste livro a Europa olha para o umbigo: as suas cidades. Neste ensaio procura-se definir aquilo que são os traços do legado europeu na construção do espaço urbano, dos centros às periferias, com uma viagem pela história iniciada no sec. X. Benévolo é dos autores actuais com mais obra publicada – um professor no contexto global.

Não existe questão mais actual: como enfrentar o mercado imobiliário após uma crise que pôs em questão o urbanismo das sociedades liberais? Será que isto significa o fim de uma forma de fazer cidade? São algumas das questões que nos traz Bourdin, uma das mais influentes vozes do urbanismo contemporâneo.

Partindo da ideia da Arq. Ana Tostões, esta série analisa temas da arquitectura e da cidade que têm um impacto concreto na nossa vida. Com um total de seis episódios, o programa recorre a entrevistas a arquitectos e urbanistas, explicando o papel da arquitectura de forma simples e acessível a qualquer pessoa interessada. Duração do episódio: 25 min.

Com o desenvolvimento da cidade industrial, confusa e anárquica, surge a procura de ordem. Esta é guiada seguindo sempre um de dois modelos: progressista ou culturalista. Choay presenteia-nos com esta estimulante visão maniqueísta do urbanismo e, à luz dela, aborda a obra de Ruskin, Marx, Le Corbusier, Ebenezer Howard, F.L.W., Jane Jacobs, Kevin Lynch, Heidegger e muitos mais.

Para muitos o primeiro livro a ser lido sobre património, em que Choay dá um panorama deste conceito ao longo da história até à actualidade, acerca da qual a autora é bastante crítica. Hoje parece existir uma crise deste conceito, elevado a ‘culto’ e produzido em massa para a era da imagem. Será que ainda entendemos o valor do Património?

São conhecidos os dotes de comunicador de Charles-Edouard Jeanneret e isso fica claro neste pequeno livro. Sintético e de linguagem fácil, ameaça, contudo, derrubar os alicerces das cidades tradicionais, tecendo duras críticas à sua desorganização e miséria e apelando a um novo mundo. Obra cuja análise não deve esquecer o seu contexto histórico, de cidades decadentes e focos de doenças.

Neste livro, Cullen coloca-se na pele do ‘city user’ e prova-nos a importância dos contrastes, das surpresas e dos desequilíbrios no espaço urbano, tudo isto através de uma miríade de fotografias e ilustrações que, só por si, fazem valer a pena a sua leitura. ‘Paisagem Urbana’ tem lembrado gerações consecutivas de arquitectos o valor da emoção no projecto da cidade.

Fruto de um trabalho de investigação, este volume reúne e esmiúça as principais alterações que as cidades portuguesas, em particular as de pequenas e médias dimensões e que mais se alteraram com os acelerados processos de urbanização desde a Revolução de Abril. Contém ainda valiosos anexos, entre os quais quadros estatísticos, cartografia e fotografias aéreas.

Um título dedicado às políticas públicas urbanas e ao modo como têm vindo a ser desenhadas e aplicadas. Certamente útil a todos aqueles que por um ou outro motivo se dedicam a estudar o território, analisa também a relação entre o tipo de medidas tomadas e o sistema político-ideológico vigente, exemplificando com exemplos do caso nacional.

Este livro é uma compilação de várias crónicas para jornais e artigos inéditos escritos entre 1998 e 2005, mas cujas preocupações e intenções se mantêm francamente actuais. Desde as nossas calçadas esburacadas até à importância de conjuntos com valor patrimonial votados ao abandono, este é um excelente ponto de partida para reflectir sobre a reais necessidades arquitectónicas e urbanísticas do nosso país.

Um livro que procura definir o ordenamento do território, justificando a sua importância social e a necessidade de este ser um assunto mais frequentemente debatido em sociedade. Um compêndio de conceitos, profusamente ilustrado com a história portuguesa.

Compila brevemente a história do comboio em Portugal, desde o aparecimento das primeiras máquinas a vapor, passando pelo seu papel fulcral na urbanização ao longo do século passado. Constata as lacunas da nossa infraestrutura actual, fruto de décadas de desinvestimento, e projecta eventuais quadros futuros, com base nas medidas de apoio à ferrovia que estão a ser arquitectadas hoje.

Há quanto tempo encaramos o automóvel como um problema da cidade? Neste livro, de 71, Gehl dedica-se ao estudo das ruas, desde o tipo de actividades que as ocupam às forças que nela dialogam, tudo isto através de esquemas e imagens estimulantes. Um obra em que a escala humana é a personagem principal e o carro, inevitavelmente, o seu inimigo - teremos aprendido a lição?

Gehl é um nome incontornável no projecto urbano e este filme um compêndio dos seus ensinamentos. Devemos questionar-nos se a cidade, este mundo artificial onde em breve viverá 70% da população mundial, está capacitada para responder às nossas necessidades ou se não somos nós, humanos, que nos adaptamos a ela.

Tão pertinentes quanto sarcásticas, as opiniões de Manuel Graça Dias são reunidas neste volume, depois de publicadas no Expresso durante dois anos. Organizados tematicamente, os textos falam-nos sobre habitação, circulação, densidade e espaços verdes, a vida urbana e os novos desafios da cidade.

‘Urbanized’ pode ser uma excelente porta de entrada para a questão urbana. Com testemunhos de figuras como Jan Gehl, Rem Koolhaas, Oscar Niemeyer e Enrique Peñalosa, este documentário aborda a enorme variedade de problemas que assolam as cidades do Mundo, fazendo-se acompanhar por incríveis imagens que nos mostram um planeta em efervescência.

Ilustrado com inúmeras fotografias e esquiços, trata-se de uma visão panorâmica – e comemorativa – dos cem anos de políticas habitacionais públicas do nosso país. Dos primeiros esforços após a 1ª Guerra Mundial, passando pela actuação do Estado Novo até às estratégias e desafios actuais, este é um útil volume de consulta.

Jornalista de profissão, Jacobs escreve um dos maiores tratados (informais) de urbanismo da história. De linguagem sintética e prosaica, o livro insurge-se contra as alterações sentidas em NY, em meados de 50, prescreve os factores que definem um bairro saudável e faz uma apologia à cidade não planeada – o que, curiosamente, lhe valeu uma eterna querela com planeadores e arquitectos.

Em cada episódio deste podcast é entrevistado um especialista acerca de temas como o território, ambiente, paisagismo e arquitectura. Tem como objectivo utilizar uma abordagem “informal e multidisciplinar” de forma a discutir os desafios actuais e prementes destes temas. Duração do episódio: 30-60 min.

No Visita Guiada podemos seguir um roteiro conduzido por um especialista, que tem sempre como linha condutora uma “peça-protagonista”. Cada episódio pode por isso tratar um edifício, uma cidade ou outro tipo de património edificado, olhando sempre para a sua importância histórica. Duração do episódio: 40 min.

Mais conhecido da cultura estadunidense e anglo-saxónica, Mumford não deixa de ser uma referência global pelo corpo teórico e profundidade intelectual que dá ao discurso sobre a cidade, com enfoque na sua dimensão cultural. Este é um livro pesado, de um homem que sempre aliou a sua prática a uma extensa carreira de crítico das mais diversas áreas do conhecimento.

A década de 60 foi proeminente em obras que marcaram a história do urbanismo e, em Portugal, isso não foi excepção. Com este livro, publicado em 69, Nuno Portas, o mais influente arquitecto urbanista do nosso passado recente, faz uma crítica sagaz às cidades (ou não-cidades) e lança o mote do que tem sido uma vida dedicada a repensar e reformular a ideia de espaço urbano.

Obra sistematizante do ordenamento do território em Portugal, onde um conhecimento profundo da disciplina se guia por uma linguagem bastante acessível. Reinterpreta a rede de metrópoles e cidades nacionais, analisa os principais desafios do desenvolvimento urbano e pondera uma nova estratégia de planeamento. Inclui ainda muitos outros contributos de celebrados autores.

Este livro é a publicação do documento que, redigido em 1997 e integrado no PDM de Lisboa dez anos depois, trata a gestão da sua Estrutura Ecológica Municipal. Revoluciona-se a concepção dos espaços verdes: já não são vistos como áreas sobrantes, mas como definidoras e qualificadoras. Se hoje celebramos Lisboa Capital Verde Europeia 2020, muito temos a agradecer a Ribeiro Telles.

Rossi, o arquitecto das formas puras, aborda a cidade como um objecto em permanente construção. Nesta obra, carregada de nomes e referências, o espaço urbano é escalpelizado e decomposto nos seus elementos, nos seus espaços e nas suas simbologias. Este livro trata-se, mais que tudo, de um tratado metodológico de como olhar a cidade, que fez a sua escola.

“Entre Nós” apresenta-nos um conjunto de entrevistas a diferentes personalidades públicas. Neste episódio, foi Nuno Portas que esteve sob o foco. Falou-se da sua educação, do seu trabalho no Atelier da Rua da Alegria e da “emergência do urbanismo”. Duração do episódio: 27 min.

Em cada episódio, um bairro é-nos apresentado pela mão de uma personalidade com ele relacionado. Desde pintores a jornalistas, passando por arquitectos e estilistas, esta série, com uns curtos dez episódios, mostra-nos locais, pessoas, ambientes e histórias que nos ilustram o lado mais humano destes locais. Duração do episódio: 25 min.

Seguramente uma das obras seminais da arquitectura portuguesa, fruto de um inquérito levado a cabo pelo Sindicato Nacional dos Arquitectos à totalidade do território nacional. Dividindo o país em seis zonas distintas (inclui posteriormente os arquipélagos), reúne um conjunto de descrições incisivas e peças gráficas que preservam e celebram as diferentes tradições construtivas portuguesas.

Parceria entre a TSF e a Ordem dos Arquitectos, este programa apresenta semanalmente a resposta a uma pergunta prática acerca do trabalho em arquitectura. Uma vez por mês é, ainda, feito um debate acerca de um tema que marca a actualidade da profissão. Duração do episódio: 3 ou 40 min.