Duarte Pacheco (1899-1943) foi um dos mais marcantes ministros do Estado Novo, promovendo inúmeras obras públicas que marcaram o país, entre as décadas de 30 e 40 do século passado. Nasceu em Loulé, mas cedo rumou à capital onde se formou em Engenharia Eletrotécnica no Instituto Superior Técnico (IST), de que mais tarde veio a ser professor e director.
Iniciou o seu percurso político enquanto presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1928), orientando o crescimento da cidade através de expropriações contínuas e do desenho de planos de urbanização para zonas à altura periféricas (Costa do Sol e bairros de cariz social em Alvalade, Encarnação, Madredeus e Ajuda). Dotou a capital de novas infraestruturas viárias (auto-estradas Lisboa-Vila Franca de Xira e Lisboa-Estádio Nacional e a marginal Lisboa-Cascais), ferroviárias (Gare Marítima de Alcântara), aeroportuárias (Aeroporto de Lisboa) e de novos edifícios emblemáticos (Fonte Monumental da Alameda, o Instituto Nacional de Estatística, a Casa da Moeda e a organização da Exposição do Mundo Português). É também o principal promotor da criação e florestação do Parque de Monsanto, ainda hoje o grande pulmão verde da cidade.
Mais tarde, foi nomeado ministro das Obras Públicas (1932). Na tentativa de solucionar “o mau estado sanitário” em que o país se encontrava, fomentou a construção de infraestruturas hidro-agrícolas e de centrais hidroeléctricas por todo o território. Definiu obras nos principais portos (Lisboa e Leixões, mas também Viana do Castelo, Póvoa de Varzim, Aveiro, Figueira da Foz, Peniche, Setúbal, Vila Real de Santo António, Funchal e Ponta Delgada) e expandiu a rede viária, facilitando o transporte e escoamento de produtos agrícolas e industriais de zonas anteriormente isoladas.
Pai do Fundo de Desemprego, para o qual empregadores e empregados passam a contribuir, criou um sistema que subsidiava a contratação de mão-de-obra para a construção dos inúmeros projectos acima elencados. Morreu, ainda jovem, num acidente de viação.