A habitação apoiada é, por definição, toda aquela que resulta de iniciativas ou realizações do Estado, que a promove, comparticipa e/ou constrói. Tem como objectivo maior garantir o direito de todos os cidadãos a habitação condigna, em particular aos que por falta de recursos económicos a ela não têm acesso no mercado livre de compra e arrendamento de imobiliário.
Os modelos e estratégias de apoio à habitação apoiada são múltiplos e tendem a variar com as ideologias políticas vigentes e com as necessidades particulares de cada espaço e cada tempo. Em Portugal, a história da habitação apoiada conta já com mais de cem anos, visto que as primeiras preocupações com esta matéria se verificaram durante a Primeira República (1910-1926), à semelhança do que acontecia nos nossos congéneres europeus. Primeiramente, visava resolver as condições indignas em que uma faixa significante da população – os operários -, maioritariamente migrantes internos, do campo para os centros urbanos, onde se encontrava o trabalho fabril assalariado. Frutos destas primeiras medidas, já só completados nas décadas seguintes, são projectos como o Bairro Social da Ajuda/Boa-Hora (1934).
Durante o período ditatorial, o Estado definiu-se enquanto detentor e promotor de inúmeros novos conjuntos habitacionais apoiados que vão desde os bairros de Casas Económicas (1933), que visavam acomodar a população crescente de cidades que se expandiam para as periferias, em particular a capital; passando pelas Casas para Famílias Pobres e Casas para Pescadores, até aos Bairros Sociais suburbanos da década de 60 e 70, posteriormente progressivamente alienados ou para a gestão a nível local após a Revolução.
As décadas de 80 e 90 assistiram maioritariamente a medidas de apoio ao desenvolvimento deste tipo de habitação ao sector de construção privado e à compra de casa própria aos particulares. Actualmente, procuram encontrar-se medidas que respondam ás diferentes necessidades existentes e assimétricas no país e melhor gerir os imóveis a este propósito já afectos.