Manuel da Maia foi o grande impulsionador da reconstrução cidade de Lisboa, após o terramoto de 1755. Nasceu em Lisboa e começou a trabalhar como auxiliar de Engenharia em 1689. Durante a sua carreira militar, fez inúmeras contribuições à capital e arredores, durante o reinado de D. João V, entre as quais: o encanamento de água até Mafra, onde decorriam as obras de construção do Real Palácio, para que os pedreiros do canteiro pudessem ter acesso a este bem essencial; o planeamento do Aqueduto das Águas Livres, que visava resolver a escassez de água potável na cidade e a constituição de uma planta actualizada de Lisboa, fruto de um levantamento extensivo das dimensões e nomes das ruas, das praças, dos palácios, dos conventos e das ermidas.
Por todos estes feitos, foi nomeado cavaleiro da Ordem de Cristo e mais tarde Guarda-Mor da Torre do Tombo, o arquivo estatal. É durante o desempenho desta última função, que assiste à destruição lisboeta provocada pelo terramoto de 1755. Após o sucedido, ordenou a protecção dos importantes documentos, através da construção de uma estrutura provisória e, enquanto Engenheiro-Mor do Reino, elabora possíveis soluções para reerguer a cidade, que se apressa a apresentar ao então ministro Sebastião José de Carvalho e Mello.
Elaborou cinco modos possíveis de o fazer, desde a reconstrução exacta da cidade como era antes da destruição até à recolocação da urbe na encosta de Belém, evitando assim a zona baixa da cidade mais susceptível a nova actividade sísmica. Para cada um dos modos, elencou as vantagens e desvantagens e paralelamente, encetou um levantamento e registo de propriedade, com o intuito de tentar garantir os direitos de propriedade após reerguer a cidade.
Em 1756, apresentou seis plantas ilustrativas das estratégias que anteriormente havia apresentado, fazendo aprovar a quinta, elaborada com o auxílio de Eugénio dos Santos, a quem vai posteriormente investir a responsabilidade, juntamente com Carlos Mardel, de a fazer cumprir. Supervisionou, até à sua morte em 1768, os trabalhos, que definiram uma nova matriz urbana quadricular da cidade, não olhando às anteriores partições, para melhor resolver as questões de dificuldade de circulação e falta de salubridade da urbe.