Gonçalo Ribeiro Telles (1922 - 2020) formou-se em Agronomia e em Arquitetura Paisagista, em Lisboa, no Instituto Superior de Agronomia, em 1950. A sua obra não se extingue nos projetos de que foi co-autor na capital, como o jardim da Fundação Calouste Gulbenkian - pelo qual recebeu o Prémio Valmor (1975), a cobertura vegetal da colina do Castelo de São Jorge ou o Jardim Amália Rodrigues.
Preocupado com o estado de abandono a que o ordenamento do território em Portugal estava devotado, o arquiteto paisagista pautou-se por uma forte presença pública e por abraçar inúmeros cargos políticos, entre os quais se destacam o de Subsecretário de Estado do Ambiente (1974-1976), o de Ministro da Qualidade de Vida (1981-1983) e o de Vereador da Câmara Municipal de Lisboa (1985), onde se bateu pelos corredores verdes, pelas hortas urbanas e por uma estratégia de planeamento urbano que colocasse as pessoas em primeiro lugar. A ele estão associadas inúmeras iniciativas legislativas que levaram à criação de decretos-lei que visam a criação de uma Lei de Bases do Ambiente, como a Reserva Agrícola Nacional (RAN) e a Reserva Ecológica Nacional (REN).
Foi também professor, tendo criado a licenciatura de Arquitetura Paisagista na Universidade de Évora, onde recebeu o grau de Doutor Honoris Causa (1994). Deixou-nos "A Árvore em Portugal", que escreveu a par do colega de profissão Francisco Caldeira Cabral (1908-1992), de quem fora discípulo, onde faz uma apologia do uso das espécies autóctones. Em 2013, foi galardoado com o Prémio Sir Geoffrey Jellicoe, também conhecido como o "Nobel" da Arquitetura Paisagista. Faleceu em 2020, em Lisboa.